A promoção de políticas públicas sociais para a redução da violência e criminalidade
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Nos últimos dias uma notícia chamou a atenção. Com 70 homicídios registrados em 2022, na região Central, Santa Maria ocupa um preocupante sexto lugar no ranking das cidades mais violentas do Rio Grande do Sul. Uma posição que muito nos entristece, principalmente por apontar que os jovens de 21 a 30 anos estão entre as principais vítimas.
Vidas perdidas de forma precoce, devido à guerra de grupos rivais no tráfico de drogas e por rixas ligadas ao sistema carcerário.
Mas a divulgação sobre os números da violência em um dos municípios mais importantes do nosso Estado vai muito além do tema segurança pública. Ao nos deparamos com a realidades dos dados vemos não apenas a fragilidade no combate à criminalidade. Estamos diante da urgente necessidade de focarmos em políticas públicas, que contribuam tanto para a diminuição das desigualdades sociais como para redução da pobreza.
E por que tais ações não podem esperar? De acordo com a prévia do levantamento do Censo 2022, divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Santa Maria conta com uma população de 296.081 pessoas. O que representa 11 mil habitantes a mais do que a estimativa divulgada em 2021 pelo próprio Instituto, enquanto as demais cidades da região tiveram o encolhimento no índice.
Paralelo ao crescimento populacional, vemos o empobrecimento das famílias, um fenômeno mundial que também atinge o RS, resultado dos impactos da Covid-19. Para se ter uma ideia, segundo dados do próprio IBGE, no ano de 2021 tínhamos 13,5% da população (1,54 milhão de pessoas) vivia com menos de R$ 28,50 por dia. Já em situação de extrema pobreza, no mesmo período, eram 320.404 mil gaúchos (2,8% da população) vivendo com menos de R$ 10,00 por dia.
Portanto, a soma de todos esses fatores é um sinal de alerta e que reforça a missão da Secretaria de Assistência Social do RS. É preciso garantir a implementação de programas sociais que cheguem às famílias em situação de vulnerabilidade social, atingindo uma das causas do aumento da criminalidade.
Dessa forma, vamos voltar nossos olhos e ações para promover, cada vez mais, a articulação de políticas públicas sociais direcionadas às regiões carentes, pois sabemos da importância da transversalidade de projetos que cheguem até as pessoas que mais precisam. Um caminho árduo, mas que, com certeza, é fundamental para reduzir a violência e proporcionar qualidade de vida aos gaúchos, de Norte à Sul.