Estado conhece em São Paulo programa inovador para acolhimento da população em situação de rua
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Com várias agendas em São Paulo, nesta quarta- feira, 24, o secretário de Assistência Social, Beto Fantinel, junto com o secretário de Habitação e Regularização Fundiária, Fabricio Peruchin, conheceu o Programa Reencontro, executado pela prefeitura paulista.
O programa realiza ações integradas de habitação, assistência e desenvolvimento social, direitos humanos e cidadania, saúde, trabalho e renda, educação, segurança alimentar e nutricional para a população em situação de rua. Estruturado em três Eixos Estratégicos: Conexão, Cuidado e Oportunidade, o programa busca garantir proteção social e promover a saída qualificada da situação de rua, a partir da oferta de diferentes estratégias de promoção de direitos, com enfoque no acesso à moradia e na inclusão produtiva.
Dentro do eixo Cuidado está a Vila Reencontro, com moradias transitórias para pessoas e famílias em situação de rua. O objetivo é fornecer moradia temporária e contribuir para o desenvolvimento de seus usuários e usuárias, apoiando a reconstrução da autonomia e a saída qualificada da situação de rua. A prioridade é para as famílias ou mulheres com crianças na primeira infância , que estejam nas ruas entre 6 meses a no máximo 3 anos. Cada acolhido pode permanecer na unidade por 36 meses.
Após reunião com o prefeito paulista, Ricardo Nunes, os secretários gaúchos visitaram a unidade Vila Reencontro Cruzeiro do Sul. O local tem 30 mil m² e 270 unidades modulares com capacidade para acolher, ao todo, 1.080 pessoas e possui gestão da Associação Voluntários para o Serviço- AVSI Brasil, por meio de termo de fomento com a prefeitura.

No Plano Estratégico de Gestão do RS , dento do combate à pobreza, estão incluídos os projetos e ações para o enfrentamento à situação de rua. O secretário Beto Fantinel saiu entusiasmado da visita e com bons exemplos a serem replicados no estado. “Vimos aqui uma forma inovadora de ampliar a capacidade de acolhimento digno, humano, seguro, para dar a tranquilidade a estas pessoas a condição de retomarem sua autonomia e reconstrução de suas vidas, com oportunidade de qualificação para a reinserção no mercado de trabalho”, destacou.
“A Vila Reencontro representa um grande trabalho social da cidade de São Paulo, pois o foco é garantir o suporte necessário para que as famílias em situação de vulnerabilidade social, reconquistem suas autonomias e possam sair das ruas. Esse projeto merece todo o nosso aplauso e reconhecimento”, resumiu o Secretário de Habitação e Regularização Fundiária, Fabrício Peruchin.
"Na Prefeitura de São Paulo cuidamos das pessoas e trabalhamos para que elas tenham autonomia. A capital paulista terá várias moradias da Vila Reencontro, já que o objetivo de nossa gestão é acolher a população em situação de rua, para que não vivam nas calçadas e em barracas. Não são só casas, os moradores têm todo acompanhamento de Assistência Social, cursos profissionalizantes para que consigam um emprego. Ninguém foi morar na rua porque quis. As pessoas acabaram na rua por destino da vida, porque em algum momento não teve condições de ter um emprego para manter o seu sustento, pagar seu aluguel, sua prestação e poder ter a dignidade para morar", disse Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo.
Os módulos de moradia têm 18m² cada e são equipados com banheiros e pias e mobiliados com camas de casal ou beliches e berços, geladeiras, fogões com duas bocas e guarda-roupas. As áreas comuns são compostas por cozinha, refeitório, lavanderia, playground, banheiros, duas salas administrativas, uma sala para atendimentos sociais, depósito para alimentos e itens consumíveis, bicicletário, estacionamento para carroças, além de uma horta.
Para atingir os objetivos do Programa, a Prefeitura paulista conta com a estrutura existente da rede de políticas públicas municipais voltadas ao atendimento da população em situação de rua. A integração da pessoa em situação de rua com o acolhedor tem suporte e acompanhamento técnico multidisciplinar enquanto perdurar o benefício.
A população em situação de rua é o grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória
Cenário no RS
De acordo com os dados do Cadastro Único, até o final de abril, o Rio Grande do Sul tem 9.311 pessoas cadastradas como em situação de rua. Esse número pode ser maior, pois há os considerados invisíveis que não se registram ou buscam os benefícios sociais. São 168 municípios com algum registro de pessoa em situação de rua. Os maiores índices estão em Porto Alegre, com 2,8 mil pessoas, Caxias do Sul com 755 e Pelotas com 414.