A Secretaria da Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social (SICDHAS), em parceria com o Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL), entregou 345 cestas básicas a travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade social na tarde desta quarta-feira (1º/09), na Associação Cultural Vila Flores, em Porto Alegre. A ação, intitulada Segurança Alimentar: Um Direito de Cidadania em Tempos de Pandemia, distribuirá um total de 2 mil cestas a famílias e pessoas LGBT no Rio Grande do Sul, o que representa 50 toneladas de alimentos.

Os alimentos foram entregues aos representantes das ONGs Igualdade RS, Desobedeça e Girassol e serão repassados, respectivamente, a Porto Alegre, Tapes e São Borja. Outras entregas já foram realizadas à população LGBT de Bagé, Cruz Alta e Rio Grande, totalizando 1.126 cestas básicas já distribuídas.

A secretária da Igualdade, Cidadania, Direitos Humanos e Assistência Social, Regina Becker, participou da entrega e destacou a importância da iniciativa. “Sabemos que a fome tem pressa e é uma alegria estar aqui neste momento especial, podendo fazer a divisão desses alimentos à população LGBT que sofre, desde sempre, com a exclusão, o preconceito e, em tempos de pandemia, ainda mais com o desemprego. Essa importante ação conta com o repasse de R$ 1,5 milhão, com o qual adquirimos mais de 10 mil cestas básicas destinadas também à população indígena, pessoas com deficiência e povos de matriz africana em todo o nosso Estado.”

“A Igualdade RS iniciou uma campanha de distribuição de cestas básicas em abril de 2020 destinadas às travestis e transexuais de Porto Alegre. Conseguimos distribuir, ao todo, 25 toneladas de alimentos e EPIs. Neste ano, tivemos o privilégio do governo do Estado ser nosso parceiro e proporcionar um complemento à alimentação desta população. A fome não tem RG, nem CPF, mas tem um ser humano que precisa desse apoio nesse momento tão difícil da pandemia. Agradeço ao governo que, com essa ação, mostra que os direitos são para todos”, complementou a presidenta Marcelly Malta, que organizou a ação na Vila Flores.

Latoya Mota, 41 anos, foi uma das beneficiadas com os alimentos. “Essa ajuda é muito importante, ainda mais pra gente que está nas ruas. Já tive auxílio com dependência química. É muito importante o que o governo está fazendo para nós, travestis, pois as pessoas são muito preconceituosas com o mundo LGBT, mas a gente é humano e precisa disso: de paz e amor”, disse.

Também participaram da entrega das cestas o coordenador de diversidade sexual da SICDHAS, Dani Morethson, e representantes das OSCs Desobedeça, Roberto Seitenfus e Girassol, Maria Luiza Gauchinha.