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Seminário "Descobrindo o Autismo no Rio Grande do Sul" traz nova pesquisa sobre autismo no RS

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Uma mulher está em pé, falando ao microfone. Ela é observada por dezenas de pessoas que estão sentadas, as que estão mais à frente estão atrás de mesas.
Coordenadora de Pesquisa da FADERS, Aline Monteiro Correia, apresenta os dados ao público

Segunda edição do estudo “Características da população dom TEA no RS” já está disponível ao público

A FADERS Acessibilidade e Inclusão apresentou, nesta segunda-feira (03), o segundo estudo com dados da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea) durante o Seminário "Descobrindo o Autismo no Rio Grande do Sul", no Plenarinho da Assembleia Legislativa. Com o título “Características da população com TEA no RS”, a pesquisa supre uma demanda histórica por dados sobre pessoas com autismo.

O evento, alusivo ao Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, foi aberto pelo presidente da FADERS, Marquinho Lang, que apontou benefícios trazidos pela Ciptea, implantada no RS há menos de dois anos e que já foram entregues há mais de 11 mil pessoas com TEA. "Essa carteira de identificação auxilia para que mães, familiares, não precisem sair por aí com um monte de folhas debaixo do braço para explicar que o filho tem autismo. A deficiência oculta muitas vezes causa situações constrangedoras", afirmou. Lang lembrou do processo de elaboração da Ciptea, que privilegiou a busca por informações. "Quando foi para construir a carteirinha, estabelecemos que ela tinha que ser a melhor do país. Tinha que trazer informações para conhecermos nossas pessoas com autismo. Quem já fez, sabe que aquele questionário que tem que ser preenchido para obter a carteira faz a radiografia de tudo o que está acontecendo com aquela pessoa", explicou.

A representante do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Cláudia Meyer, que integra a Rede Gaúcha Pró-Autismo, saudou o estudo publicado pela FADERS com dados sobre o TEA. "É uma alegria que tenhamos a Ciptea e que ela tenha esse viés de nos dar essa estatística, de quem são essas pessoas, onde elas estão, do quanto a família tem de renda, enfim, todas as circunstâncias que são bem importantes para traçar as políticas públicas. Há muito anos a gente reclamava que não tinha estatística, é importante ter cada vez mais dados e mais informações. Também temos que valorizar os eventos como este, de conscientização, porque mostram pra sociedade algumas características das pessoas com autismo, para que isso seja entendido como uma diversidade humana, e não como falta de educação ou falta de cuidado", salientou.

Representante a Secretaria Estadual de Saúde, a coordenadora da equipe técnica do TEAcolhe, Fernanda Barreto Mielke, foi uma das palestrantes do Seminário, ocasião em que apresentou o programa estadual. "Precisamos cada vez mais qualificar as informações, para ter dados que falem da nossa realidade, com a gente, para a gente e, com isso, poder pensar políticas públicas que vão ao encontro da necessidade que essas famílias e pessoas demandam. Estamos num momento de expansão tanto do TEAcolhe como das parcerias, pois não tem como pensar a política pública sem muitas mãos".

Em nome do secretário de Assistência Social, Beto Fantinel, Joelma Azambuja Del Bono, foi ao encontro das falas anteriores, e defendeu que todas as iniciativas se somem como forma de fortalecer as políticas públicas. "Unirmos as forças é essencial. Sem isso, a realidade não se torna mais fácil para todos nós. Que a gente consiga, no dia a dia, enquanto família, fazer com que o que está no papel aconteça realmente. Iniciativas como a Ciptea, a lei, as ações, se não favorecerem as nossas crianças, nossos adultos com autismo, serão vazias, insipientes”.

Além da apresentação do material da pesquisa, houve duas palestras. A coordenadora do Programa de Atendimento a Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEAcolhe), Fernanda Barreto Mielke, apresentou a iniciativa que é implementada pela Secretaria Estadual de Saúde. Posteriormente, a coordenadora da Unidade Centro de Atendimento e Desenvolvimento de Estudos e Pesquisas (CADEP), Clarissa Beleza, que falou sobre os avanços e desafios da Lei Estadual nº 15.322/2019, que instituiu a Política de Atendimento Integrado à Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo no âmbito do Rio Grande do Sul.

Um homem e três mulheres estão sentados atrás de uma mesa. Atrás deles, banners da Ciptea e da FADERS, uma televisão que mostra a transmissão ao vivo do evento, e as bandeiras do Rio Grande do Sul e do Brasil. À frente deles, o público, com a maior parte deles sentados atrás de mesas distribuídas pelo Plenarinho da Assembleia Legislativa.
Evento ocorreu no Plenarinho da Assembleia Legislativa

Pesquisa CIPTEA

De acordo com a coordenadora de Pesquisa da FADERS, Aline Monteiro Correia, a segunda edição reafirma grande parte do rumo apontado pela pesquisa anterior. "Nossa amostra era de 4.074 pessoas e, em menos de um ano de trabalho, nós mais do que dobramos esses números. Foram analisadas 9.503 Cipteas, e os resultados se mantiveram e se aproximaram ainda mais com alguns resultados que a gente observa em estudos internacionais. Isso mostra que nossa pesquisa está num caminho certo", avalia.

A coordenadora observou que há ainda um grande espaço para avançar nos dados, principalmente nas faixas etárias mais velhas. "44% dos que solicitaram a Ciptea têm de 0 a 5 anos de idade, e 29% das pessoas têm entre 6 a 10 anos. A gente imagina que são pessoas que estão tendo acesso ao diagnóstico agora e, a partir disso , buscando os direitos, as informações sobre o que há relativo ao autismo no nosso estado. Mas não temos só crianças com autismo, temos adultos e idosos, e por isso é fundamental que essas pessoas solicitem também a Ciptea pra que a gente possa conhecer mais sobre quem é essa população, e pensar, a partir disso, em políticas públicas específicas", completou.

Texto: Ascom Faders

Edição: Ascom SAS

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