A força da educação e da cultura para a transformação social e mudança da realidade das comunidades de periferia foi o tema de conversa entre o secretário de Assistência Social, Beto Fantinel e o ator e ativista social Hélio de La Peña, que lotou o palco 360º da Expo Favela RS, na manhã deste sábado (02/09).

Durante o painel, que teve a mediação de Naomi  Oliveira diretora da Secretaria de Educação, o secretário Beto Fantinel apresentou as ações da pasta da Assistência Social, que buscam o diálogo e a participação das comunidades de periferia. Hélio De La Peña, além de explanar sobre a ligação entre cultura e educação também falou sobre o trabalho social que desenvolve junto às favelas.

Fantinel demonstrou a convicção de que as transformações sociais são realizadas a partir do conhecimento e da educação. “Tudo isso está intimamente ligado com a cultura. Vamos enfrentar nossas desigualdades a partir da capacidade de gerar conhecimento a todas as comunidades de forma igualitária. A transformação social que propomos dentro da assistência social só acontece se educação e cultura caminharem junto conosco, passo a passo”.

Sobre essa interligação, Hélio De La Peña reforçou que a visão interna e externa de um país para pela educação de seu povo. “A cultura tem um papel fundamental na educação de um povo. Forma caráter e muda pensamentos, apresenta novidades e se alimenta das transformações de um país”, afirmou.

Outra abordagem que recebeu destaque no debate foi a da participação das comunidades nas decisões e projetos do Estado como ente. Beto Fantinel informou ser esta uma das metas de trabalho definidas entre todos os diretores e servidores da SAS. “Ouvir a comunidade é fundamental. Não podemos pensar uma política pública social sem estar junto com a comunidade. Quem conhece a realidade e as necessidades são eles. Na SAS trabalhamos para isso ser cada vez mais amplo”, citou.

De la Peña enfocou a força da produção gerada dentro das favelas. “Gestores públicos precisam dar atenção à cultura periférica. Estado precisa estar presente na favela, não apenas com forças de segurança, mas principalmente conhecendo, valorizando e fomentando o que a favela produz. A força de uma letra de um happer, de uma música de hip hop está descrevendo e mostrando a realidade do dia a dia da favela. Está tudo ali só prestar atenção. Os agentes de educação precisam valorizar a  sabedoria das favelas e levar isso para as salas de aula , também das universidades”, ressaltou.

A diretora de Formação Continuada, Tecnologia e protagonismo Juvenil, da Secretaria de Estado da Educação, Naomi Oliveira, que mediou o debate, falou sobre a satisfação do conteúdo da conversa. “ Momento marcante, não apenas pela referência na cultura periférica que é o De La Peña, mas também com a presença do secretário informando como o nosso governo está agindo  neste importante tema. A  Seduc está aqui, presente, com um papel central que potencializa e gera  oportunidades para os estudantes, como estamos fazendo no HackaTchê e outras atividades”.

A Expo Favela é uma feira de negócios cujos expositores são empreendedores e startups das comunidades. O evento, que encerra neste sábado, é uma realização da Favela Holding com parceria social da Cufa . A edição gaúcha contou com o apoio do governo do Estado – por meio do programa RS Seguro e das secretarias da Segurança Pública, da Cultura e de Assistência Social –, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), do Banrisul, da CEEE Equatorial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da GOL, da RBS e do Instituto Helda Gerdau.