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Seminário sobre “Envelhecimento na Pauta das Políticas Públicas do RS” é realizado em Porto Alegre

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Mesa de abertura do Seminário Estadual
Mesa de abertura do Seminário Estadual

Foi realizado, nesta terça-feira (13/06), o Seminário Estadual “Envelhecimento na Pauta das Políticas Públicas do RS”, no teatro do SESC. O evento, promovido pela Secretaria de Assistência Social (SAS), por meio da Unidade Especial de Atenção ao Idoso, juntamente com o Conselho Estadual da Pessoa Idosa (CEI), foi transmitido pelo Youtube e contou com a participação de cerca de 400 pessoas (presencial e online).

O encontro teve o objetivo de contextualizar o envelhecimento populacional do Rio Grande do Sul, destacando a importância das políticas públicas, além de debater sobre violência estrutural contra pessoas idosas.

O secretário da SAS, Beto Fantinel, reforçou, durante a mesa de abertura do evento, o fato de que a população idosa está aumentando no estado. “Temos uma projeção que, em 2060, segundo o departamento de estatística da Secretaria de Planejamento, Gestão e Governança (SPGG), para cada 100 pessoas, de zero a 15 anos, teremos 207 pessoas com mais de 65 anos. Esses dados fazem com que nós possamos refletir o ciclo que nós vamos viver em nosso estado e em nosso país.” Apesar desses dados, Fantinel pontuou que existe uma lacuna de políticas públicas para pessoas idosas, e que é preciso pensar no amanhã.

Para a coordenadora da Unidade Especial de Atenção ao Idoso, Cátia Siqueira, a realização do evento é um momento importante para discutir políticas públicas. “E o que tem a ver um seminário que discute políticas públicas no mês de conscientização da violência? Tem tudo a ver, porque é a falta de políticas que gera violência. A falta de políticas públicas reflete diretamente lá nos municípios, que é onde a vida acontece: o idoso sendo violado nos seus direitos. É lá que vai acontecer a violência física, psicológica e institucional. Por isso que é tão importante discutirmos sobre isso”, reforçou Siqueira.

O diretor do SESC Alberto Bins, Marcelo Tolfo, comentou a importância de se falar de um tema tão importante como o envelhecimento saudável. “É um momento também de verificação e de reflexão sobre o que estamos fazendo, realmente, para que a gente possa ter um envelhecimento digno, saudável e ativo. O SESC é parceiro desta causa, e temos mais de 60 grupos espalhados pelo estado que fazem atividades sistematicamente, proporcionando a valorização, o engajamento, a saúde e a felicidade da pessoa idosa”, afirmou o diretor da unidade.

Já para a presidente do CEI, Iride Caberlon, a realização do seminário deste ano é de suma importância, principalmente por poder fazer uma reflexão sobre quais políticas públicas em prol da pessoa idosa existem, hoje, no estado, e quais precisam ser criadas. “Desejamos que esse seminário seja um marco de reflexão, de retomada dos conhecimentos fundamentais sobre o envelhecimento ativo e saudável e, ao mesmo tempo, que represente também a busca de novas políticas publicas para garantir direitos, dignidade, respeito e autonomia a todas pessoas idosas”, ressaltou Caberlon.

Também participou da mesa de abertura o deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar das Políticas para Pessoas Idosas da Assembleia Legislativa do estado, Gerson Burman. Na oportunidade, ele destacou que o grande desafio é envelhecer com qualidade de vida. “Em uma população que vive cada vez mais, o maior desafio é envelhecer com qualidade de vida e, por isso, precisamos de uma atenção especial na saúde, alimentação, prática de esportes.”


Especialistas destacam a importância de políticas públicas para a população idosa

Após a mesa de abertura, foi realizada a primeira palestra do seminário, com o Prof. Dr. Alexandre Kalache, referência internacional sobre o envelhecimento. Em sua fala, trouxe a questão longevidade no estado e no país e explicou que, há alguns anos, em 2011, o Rio Grande do Sul tinha a expectativa de vida mais alta do país e, hoje, está em quinto lugar, ficando atrás de Santa Catarina, Espírito Santo, São Paulo e Distrito Federal.

Prof. Dr. Alexandre Kalache palestra sobre longevidade no RS
Prof. Dr. Alexandre Kalache palestra sobre longevidade no RS

Para reverter esse quadro, Kalache afirmou que é preciso “um vontade macro, a nível mais alto, uma vontade executiva. Se não, nós vamos ficar repetindo a vitrola e vamos voltar à situação de anos atrás”. Ele também reforçou que o Rio Grande do Sul precisa ter políticas públicas para garantir que os jovens de hoje cheguem à velhice e continuem contribuindo, sendo ativos.

Já no período da tarde, foi a vez da palestra da Profa. Dra. Vania Herédia, que tratou das perspectivas e desafios das políticas públicas no enfrentamento à violência estrutural. Herédia explicou que existem três dimensões da violência, a sociopolítica, a institucional e a intrafamiliar. Além disso, pontuou quais são os tipos de violência que mais aparecem no canal de denúncia Disque 100: física, psicológica, ameaças, humilhações, abandono, negligência, abuso financeiro e econômico.

Prof. Dr.ª Vania Herédia falando sobre violência estrutural contra idosos
Prof. Dr.ª Vania Herédia falando sobre violência estrutural contra idosos

“Esses tipos de violência vão acontecer por uma série de razões: aquele que violenta sempre acredita que pode tirar vantagem do outro, acredita que o outro é inferior, nega a possibilidade do outro, viola o direito do outro, provoca problemas, segrega, diminui a liberdade e autonomia do outro, além de produzir medo”, salientou a professora.

O evento, que teve parceria da Fecomércio, SESC e SENAC, também contou com a apresentação das comissões de assessoramento e apoio aos municípios.

Texto: Andréa Ortis/Asscom SAS

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